segunda-feira, 17 de junho de 2013

SEQUÊNCIA DE APRENDIZAGEM "MEU PRIMEIRO BEIJO" DE ANTÔNIO BARRETO

Profº.Simone Mortari

Público Alvo: 9º Ano Ensino Fundamental
Tempo estimado: Duas a quatro aulas.

Objetivos:
v  Trabalhar a oralidade.
v  Articulação de informações do texto com seus conhecimentos prévios.
v  Leitura dos gêneros a partir da familiaridade.
v  Fazer inferências, criando hipótese de sentido.
v  Relacionar e interpretar dados para desenvolver a habilidade de expressão oral e escrita.
v  Construir e aplicar conceitos de intertextualidade.

1-ATIVAÇÃO DE CONHECIMENTO DE MUNDO; ANTECIPAÇÃO OU PREDIÇÃO; CHECAGEM DE HIPÓTESES.
Indagações:
1-Sobre o que o texto irá tratar?
2-Que tipo de texto sugere o título?
3-Onde e com quem  será que acontece os fatos?

2-Localização de informações, comparação de informação e generalização

Questionamentos:
1-As hipóteses levantadas se confirmaram? Comente: 
2-Onde aconteceu o beijo?
3-Comente a linguagem do texto.
4-Qual a idade aproximada dos jovens?
5-Por que você deduz isso?
6-Quem era o “Cultura Inútil?
7-Quem é o narrador do texto?
8-Que tipo de discurso há no texto?

3-Produção de inferências locais, produção de inferências globais.
v  Discutir a linguagem abordada.
v  Anotar na lousa os termos desconhecidos com auxílio de dicionário.
v  Explorar as informações implícitas, levando o aluno à reflexão e ao questionamento.
v  Comentar e discutir a transformação da personagem ao longo do texto.

4-Recuperação do contexto de produção
v  Pesquisa sobre o autor.
v  Características do gênero.
v  Qual é o público alvo do texto?
v  A linguagem é compatível?
v  Estrutura do texto.
v  Elementos da narrativa.

5-Percepção de relações de intertextualidade

Fragmento do livro Cinco minutos, de José de Alencar

— Meu amigo, disse ela com voz débil, vou pedir-te uma coisa, a última; tu me prometes cumprir?
— Juro, respondi-lhe eu, com a voz cortada pelos soluços.
Daqui a bem pouco tempo... daqui a algumas horas talvez... Sim! sinto faltar-me o ar!...
— Carlota!...
— Sofres, meu amigo! Ah! se não fosse isto eu morreria feliz.
 — Não fales em morrer!
— Pobre amigo, em que deverei falar então? Na vida?...
Mas não vês que a minha vida é apenas um sopro... um instante que breve terá passado?
— Tu te iludes, minha Carlota.
Ela sorriu tristemente.
— Escuta; quando sentires a minha mão gelada, quando as palpitações do meu coração cessarem, prometes receber nos lábios a minha alma?
— Meu Deus!...
— Prometes? Sim?...
— Sim.
Ela tornou-se lívida; sua voz suspirou apenas:
— Agora!
Apertei-a ao peito e colei os meus lábios aos seus. Era o primeiro beijo de nosso amor, beijo casto e puro, que a morte ia santificar.

6-Percepção de outras linguagens, elaboração de apreciações estéticas e/ou políticas.

 O beijo na história da humanidade.

O beijo de Judas

 Discussão: Beijos cinematográficos


Música:
                
         
 Primeiro Beijo, de Marco Aurélio e Paulo Sérgio

Lembro daquele beijo que me deu, no meio do intervalo aconteceu
                         Voltei pra aula com o coração completamente louco de paixão                              
Você ficou na sala me olhando, senti que a gente tava namorando 
Naquela hora era um amor, não deu nem pra ouvir o professor
Aí não consegui nem estudar 
Só queria lembrar daquele momento que até hoje faz sonhar 
A melhor emoção de todas que eu gosto de lembrar
Foi meu primeiro beijo 
Foi a primeira paixão 
Nunca mais te esqueci 
      Guardei você pra sempre dentro do meu coração (x2)                                                                 
                                                          (Repetir tudo de novo)                                                                                                              



Pausa - Moacyr Scliar 

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,correu para o banheiro, fez a barba e lavou-se. Vestiu-se rapidamente e sem ruído. Estava na cozinha, preparando sanduíches, quando a mulher apareceu,bocejando:

— Vais sair de novo, Samuel?

Fez que sim com a cabeça. Embora jovem, tinha a frontecalva; mas as sobrancelhas eram espessas, a barba, embora recém-feita, deixavaainda no rosto uma sombra azulada. O conjunto era uma máscara escura.

— Todos os domingos tu sais cedo — observou a mulher comazedume na voz.

— Temos muito trabalho no escritório — disse o marido,secamente

Ela olhou os sanduíches:

— Por que não vens almoçar?

— Já te disse; muito trabalho. Não há tempo. Levo um lanche.

A mulher coçava a axila esquerda. Antes que voltasse àcarga. Samuel pegou o chapéu:

— Volto de noite.

As ruas ainda estavam úmidas de cerração. Samuel tirou ocarro da garagem. Guiava vagarosamente; ao longo do cais, olhando osguindastes, as barcaças atracadas. Estacionou o carro numa travessa quieta. Como pacote de sanduíches debaixo do braço, caminhou apressadamente duas quadras.Deteve-se ao chegar a um hotel pequeno e sujo.

Olhou para os lados e entrou furtivamente. Bateu com aschaves do carro no balcão, acordando um homenzinho que dormia sentado numapoltrona rasgada. Era o gerente. Esfregando os olhos, pôs-se de pé:

- Ah! seu Isidoro! Chegou mais cedo hoje. Friozinhobom este, não é? A gente...

- Estou com pressa, seu Raul - atalhou Samuel.

- Está bem, não vou atrapalhar. O de sempre. - Estendeu achave.

Samuel subiu quatro lanços de uma escada vacilante. Aochegar ao último andar, duas mulheres gordas, de chambre floreado, olharam-nocom curiosidade:

- Aqui, meu bem! - uma gritou, e riu; um cacarejo curto.

Ofegante, Samuel entrou no quarto e fechou a porta à chave.Era um aposento pequeno: uma cama de casal, um guarda-roupa de pinho; a umcanto, uma bacia cheia d'água, sobre um tripé. Samuel correu as cortinasesfarrapadas, tirou do bolso um despertador de viagem, deu corda e colocou-o namesinha de cabeceira.

Puxou a colcha e examinou os lençóis com o cenho franzido;com um suspiro, tirou o casaco e os sapatos, afrouxou a gravata.
Sentado na cama, comeu vorazmente quatro sanduíches. Limpou os dedos no papelde embrulho, deitou-se e fechou os olhos.
Dormir.
Em pouco, dormia. Lá embaixo, a cidade começava a mover-se: os automóveisbuzinando, os jornaleiros gritando, os sons longínquos.

Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculoluminoso no chão carcomido.

Samuel dormia; sonhava. Nu, corria por uma planície imensa. Perseguidopor um índio montado a cavalo. No quarto abafado ressoava o galope. No planaltoda testa, nas colinas do ventre, no vale entre as pernas, corriam. Samuelmexia-se e resmungava. Às duas e meia da tarde sentiu uma dor lancinante nascostas. Sentou-se na cama, os olhos esbugalhados; índio acabara de trespassá-locom a lança Esvaindo-se em sangue, molhado de suor. Samuel tombou lentamente:ouviu o apito soturno de um vapor. Depois, silêncio.

Às sete horas o despertador tocou. Samuel saltou da cama,correu para a bacia, lavou-se. Vestiu-se rapidamente e saiu. Sentado numapoltrona, o gerente lia uma revista.

- Já vai, seu Isidoro?

- Já - disse Samuel, entregando a chave. Pagou,conferiu o troco em silêncio.

- Até domingo que vem seu Isidoro - disse o gerente.

- Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; anoite caía.

- O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem,rindo.

Samuel saiu.

Ao longo do cais, guiava lentamente. Parou um instante,ficou olhando os guindastes recortados contra o céu avermelhado. Depois,seguiu. Para casa.

Biografia do autor: http://www.releituras.com/mscliar_bio.asp

quarta-feira, 5 de junho de 2013

A DESCOBERTA DO PRAZER DA LEITURA

 

 É interessante a maneira como a leitura e o prazer por ela nos são apresentado...
     Meus pais não tiveram a oportunidade de terem instrução formal, mas me lembro com carinho que minha finada mãe todos os dias nos contava histórias inventadas por ela e que apesar de algumas serem assustadoras me fazia sonhar...
     Outra influência marcante em minha vida foi dona Zilda, minha madrinha, que esperava pacientemente eu terminar de brincar na rua, para depois, do café da tarde, me ensinar “coisas de menina”, e entre um crochê e um tricô ela me apresentou Machado de Assis, Jorge Amado, Edgar Allan Poe entre outros...
     Sei hoje que o prazer que sinto devo a elas, seja pela oralidade de minha mãe, pelos ensinamentos de minha madrinha ou por quando minha vó ficava fazendo carinho em qualquer papel que pegava e quando questionada sobre esse gesto, dizia: “Olha que lindo! Deve ser muito bonito o que esse monte de letras diz ai.”

     Acredito que a nossa missão seja essa: mostrar aos nossos alunos que esse monte de letras é uma descoberta por um mundo maravilhoso do conhecimento.
               SIMONE MORTARI DE SOUZA AZEVEDO

Experiências com a prática de leitura e escrita em sala de aula

Sandra Regina

Estou muito feliz com o resultado obtido com as minhas turmas de 2012, acredito eu que fiz a escolha certa, quando escolhi a poetisa Cora Coralina e o primeiro poema escolhido foi "Minha infância", e ao lerem os alunos começaram a questionar o que ela relatou em seu poema, os maus tratos vividos por ela, se era verdade o que ela dizia, ou seja eles ficaram horrorizados e diziam: "nossa como ele fazia isto com ela", "coitada ela deve ter ficado triste" e, assim por diante,  lemos outro tantos para conhecer um pouco mais sobre aquele senhorinha (como diziam os alunos), pedi para que relatassem um momento que tivesse marcado muito em sua vida, podendo ser momento bom ou ruim. Fiz a leitura dos seus relatos, corrigi o que tinha para ser corrigido junto com o aluno, após isto, pedi para transformarem seus relatos em poemas e, modéstia parte ficou lindo, expomos para a visitação dos pais, ao lerem alguns riam, outro riam e diziam: "sabe professora eu nem imaginava que este acontecimento mencionado por fulano, tinha sido tão importante. E pretendo transformar este e outros poemas que viram em um belo livro. Nenhum trabalho é fácil ou impossível, mas, com paciência e dedicação tudo dará certo.




Simone Mortari

Após a reflexão do texto, pude reafirmar minhas convicções, pois sempre acreditei que a função da prática de leitura e escrita cabia a todos os profissionais da educação e não somente aos de Língua Portuguesa, pois a linguagem está em todos os lugares e áreas do conhecimento. Os profissionais das outras áreas precisariam ter uma  visão mais global sobre as práticas de leitura e escrita, pois eles devem parar e refletir sobre todo o processo que este mecanismo traz, devendo assim, não só ficar nos conteúdos decorados, mas  ensinar o educando a desenvolver as habilidades de leitura e interpretação dentro daquela área do conhecimento, desde modo uma grande parte das dificuldades que encontramos nos alunos na hora da escrita seria solucionada, pois envolveria todas as áreas do conhecimento em um só objetivo: Que é fazer o aluno, em primeiro lugar, adquirir gosto e práticas de leitura.

Uma prática de leitura que os meus alunos mais gostam é quando entro na sala, uma vez por semana,  com um texto qualquer, ou seja, pode ser literário ou não, leio para eles sem compromisso antes do inicio da aula, ele só ouve, se quiser comentar comenta senão a aula se inicia, com isso os alunos passaram a pedir copias dos textos e a trazer os deles e o que é mais gratificante é que agora noto que há alguns alunos produzindo textos para ler e não só trazendo os que eles mais gostam com isso em algumas salas está se tornando cada vez mais esporádico eu levar os texto. Esta dinâmica é estipulada para dez minutos, para não prejudicar o andamento das atividades da aula.

Perfil Sandra Regina e Simone Mortari


Olá pessoal? Meu nome é Sandra Regina,


Sou formada na disciplina de letras desde 2002, ministro aulas língua portuguesa  para o ensino fundamental. Adoro o que faço. Gosto de ir ao cinema, teatro e ficar com à família.  Espero com este curso, conhecer coisas novas.

Olá, meu nome é Simone Mortari, 

sou mauaense e estou na rede estadual de ensino desde 1994.
Me declaro apaixonada por filmes de suspense e amo ler bons livros.
Adoro ir ao cinema, mas nas horas vagas, gosto mesmo é de ficar com a minha família.
Boa sorte e um bom curso a todos!!!       

Apresentação do Curso!

     





Este blog faz parte de um programa de formação a distância de educadores PEB II, do Estado de São Paulo de Língua Portuguesa e Matemática.
Tendo como objetivo integração, familiarização com recursos e ferramentas digitais de leitura e escrita em ambiente digital, e temos que apresentar um produto final  que é a elaboração e construção de um blog. Espero que gostem.

... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!" William Shakespeare